Acordão na Assembleia para salvar Ricardo envolve cassistas, bolsonaristas e ricardistas

 Bolsonaristas, cassistas e ricardistas estão articulando um grande acordo para aprovar as contas, rejeitadas pelo TCE, e salvar a pele do ex-governador Ricardo Coutinho. Na contabilidade de um experiente deputado, Ricardo já conta atualmente com 12 votos certos, faltando apenas seis para não correr qualquer risco de ter suas contas rejeitadas e se tornar inelegível perante a lei da Ficha Limpa.

Aquilo que só se comentava nos bastidores, ganhou força durante a crise da polícia militar – quando ricardistas e bolsonaristas agiram para inflamar a tropa contra o governo – foi, finalmente, tornado público pelo deputado estadual Cabo Gilberto, durante entrevista concedida ao jornalista Felipe Nunes, do Programa Arapuan Verdade.

Para o parlamentar, não existe problema para a aliança:

“Sem nenhum problema, pois são parlamentares e se quiserem compor a oposição, assim como os demais, ficarei bastante grato, pontuou”.

Do lado dos cassistas, a aliança com o bolsonarismo é parte da tática eleitoral em torno da pré-candidatura do deputado federal Pedro Cunha Lima, que nesta semana teceu elogios ao ex-ministro de Bolsonaro, Pastor Sérgio Queiroz. E surpreendentemente também recebeu elogios do ex-governador Ricardo Coutinho durante sua passagem por Campina Grande.

Os deputados Tovar Correia Lima e Camila Toscano admitem nos bastidores a necessidade de ampliar a oposição ao governador João Azevedo, mesmo que isso signifique salva a pele de Ricardo Coutinho. Na lógica deles, Pedro vai para o segundo turno contra Joāo e já teria um acordo tácito com Veneziano de quem perder apoiar o outro contra o atual inquilino do Palácio da Redenção

Já do lado dos ricardistas , a grande articuladora do acordão é a deputada Cida Ramos, que já há algum tempo tem transitado sem desembaraço junto a Camila Toscana e Cabo Gilberto na oposição sistemática ao governador João Azevedo. Estela Bezerra tem resistência , mas já teria sido convencida por Ricardo da necessidade dessa aliança, a partir de uma declaração bastante clara que o ex-governador deu em Campina com endereço certo a fim de eliminar rusgas com o outrora inimigo Cássio Cunha Lima: “O adversário do meu inimigo pode ser meu aliado”.

O único que tem se mantido cético contra a aliança é o deputado Walber Virgolino, que rechaçou qualquer aproximação e já disse que não aprova de forma alguma as contas do ex-governador e nem compactua com o que chama de “os calvarianos”. É aguardar os próximos capítulos e a abertura do processo de votação na Assembleia a partir desta segunda-feira.

Contra Poder

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