'Queriam matar todo mundo', diz sobrevivente de massacre em Suzano

Uma estudante de 17 anos, sobrevivente do massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), nesta quarta-feira (13), conta que ligou para os pais para se despedir, pois pensava que não conseguiria sobreviver. A jovem pediu para não divulgar a identidade dela. Os autores do ataque já foram identificados.

Dois atiradores encapuzados invadiram a escola durante o intervalo do Ensino Médio, por volta das 9h40, e dispararam contra os alunos. Ao menos dez pessoas morreram. Os assassinos se suicidaram.

"No início, como ninguém chegava, todo mundo começou a ligar pros pais e se despedir. Quando eu liguei pra polícia, eu estava desesperada. O policial ficou sem reação, então eu liguei pros meus pais e pedi pra eles chamarem a polícia. Eu disse que os amava. Era uma mistura de ter forças pra pedir ajuda e estar destruída demais pra acreditar que sairia dali", revelou a jovem em conversa via WhatsApp com o jornal O Globo.

"Em um momento, a gente estava feliz e, no outro, estava implorando pra viver", desabafou a estudante.

A aluna contou ainda que os jovens ficaram desesperados se esconderam no banheiro.

"Estávamos todos no pátio, e nossas salas trancadas. Quando ouvimos o primeiro disparo, nós pensamos que era algo caindo. Todo mundo olhou pro portão de entrada, mas ignoramos. Depois vieram dois em seguida. Todo mundo começou a correr e a entrar nos banheiros, na cantina. Eu e meus amigos entramos no banheiro masculino, que fica mais escondido. Só deu tempo de ver o primeiro menino caindo no chão. Eles não paravam de atirar. O banheiro que eu estava ficou lotado. Todo mundo chorando, e tentando falar com a policiais. Ficamos com medo de eles não acreditarem e acharem que era trote. A gente começou a pedir pra amigos através do WhatsApp ligarem também", contou.

A sobrevivente afirmou que os assassinos "queriam matar todo mundo".

"O intervalo é às 9h30, acho que umas 9h40 que eles entraram. Eles sabiam que era intervalo, pra já entrar atirando. Os tiros não paravam. Eles atiravam em qualquer pessoa que aparecesse na frente deles. Estão dizendo que eles foram com uma lista pra matar, mas é mentira. Eles não queriam algo de valor, ou vingança. Eles queriam matar todo mundo".

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