Prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, critica em rede social vazamento de vídeo íntimo da sogra

 

O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (Solidariedade), se pronunciou, nesta terça-feira (9), sobre o vazamento de um vídeo íntimo da sogra dele. No texto divulgado nas redes sociais, ele chamou o caso de “escárnio público” e afirmou que ele, a esposa, Juliana Cunha Lima, e toda a família viveram “alguns dos piores dias da nossa vida”.

O vídeo íntimo com consumo de drogas foi amplamente divulgado desde a última quarta-feira (2) em redes sociais e aplicativos de mensagens, chegando aos assuntos mais comentados em algumas plataformas. O g1 tentou falar com a vítima, mas não conseguiu contatos dela.

CONTINUAÇÃO…

Termino sabendo mais de “Pedro” que de “Paulo” porque, embora nada apague o fato de que o conteúdo do vídeo ser uma lástima, a decisão de cooperar com a dor do outro escreve a respeito do nosso caráter com letras garrafais.

Nossa geração está doente. Nós estamos doentes. Vi postagens e tweets se aproveitando do que aconteceu para atacar cristãos e a igreja. Vi pessoas tentando criar fatos políticos e envolver até a política nacional. Vi e recebi mensagens de pessoas justificando que estavam postando e fazendo “piada” com a situação pra poder aproveitar o “hype”, para “ganhar seguidores” e engajamento, mas dizendo que isso não tinha nada de pessoal, era “só pelo crescimento”. Vi “amigos” rindo da dor e do sofrimento de uma família em publicações e grupos de WhatsApp. Vi algumas mulheres que enchem a boca (e as redes sociais) pra falar em “sororidade” sendo partícipes. Vi supostos “filhos do Deus vivo” fazendo piada/brincadeira enquanto pessoas choravam suas maiores dores e viam suas feridas expostas.

Até quando vamos olhar o cisco no olho do outro e esquecer da trave que está nos nossos olhos? Até quando vamos cooperar com a destruição de vidas e reputações e fingir que tudo isso é normal? Até quando vamos matar pessoas, disseminando nosso “ódio do bem”, nossa piada de mau gosto, a fofoca pelo entretenimento. Quantas vidas terão que ser perdidas para nos darmos conta que nos tornamos tóxicos? Não faz muitos dias que @walkyriasantosoficial perdeu um filho para o cyberbullying e para o suicídio, mas muitos de nós têm a memória curta e alguns que se solidarizaram com ela, cooperaram com novas dores. Talvez, muitos dos que criticaram (com razão) as declarações de “Mamãe Falei” são os mesmos que estavam fazendo piadas de gosto semelhante.

Dizem que sempre fica um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas. Se é verdade (e eu acredito que seja), quem ri, quem compartilha, quem ajuda a disseminar o mal traz consigo o mal cheiro da destruição.

Chega a dar frio na barriga, mas precisamos admitir que a Palavra de Deus está se cumprindo. Pandemia, guerras, injustiça, perversidade, luxúria, ganância, ódio gratuito, falta de empatia e solidariedade. Tudo isso sempre existiu, mas está cada vez pior. Deus tenha misericórdia de nós. Todos nós. Nem tudo está perdido. Ainda existe tempo para nos arrependermos, embora ele esteja cada vez mais curto.

Minha eterna gratidão a cada um que ligou, mandou mensagem e lembrou da gente nas suas orações. Deus está no controle de tudo!

“Porque nação se levantará contra nação, e reino, contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. Porém todas essas coisas são o princípio das dores. (…) Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros. (…) E, por se multiplicar a maldade, o amor de muitos se esfriará.”
‭‭(Mateus‬ ‭24:7-8, 10, 12‬).

O prefeito explicou que decidiu falar abertamente sobre o caso por não ter nada a esconder. “Além de não termos o que esconder, é preciso, sempre, lembrar que ninguém, além de nós mesmos, é responsável pelas nossas atitudes e escolhas. Da mesma forma, você e eu não podemos ser responsabilizados pelas escolhas e atitudes de ninguém, nem mesmo de um pai, de uma mãe, de um filho (maior de idade) e, muito menos, de um sogro ou sogra”.

Segundo a publicação, Juliana Cunha Lima descobriu que estava grávida uma semana antes da divulgação do vídeo da mãe. “Vi minha esposa com seis semanas de gravidez chorar duplamente – chorar por não ter a convivência da mãe há mais de 10 anos e chorar por ver a mãe em uma situação tão delicada”.

Para Bruno, em vez de estender a mão para ajudar, as pessoas trabalharam para “apedrejar quem já estava caído”. “Embora nada apague o fato de que o conteúdo do vídeo ser uma lástima, a decisão de cooperar com a dor do outro escreve a respeito do nosso caráter com letras garrafais”.

Ele citou que o vídeo foi usado para atacar cristãos e a igreja; para criar fatos políticos; e para fazer piada com a situação, aproveitar o “hype” e ganhar seguidores e engajamento. Bruno também criticou os que riram da dor da família e as mulheres que participaram da divulgação do vídeo.

O prefeito também lembrou do caso do filho da cantora Walkyria Santos, Lucas Santos, que morreu após ser vítima de cyberbullying. “Até quando vamos cooperar com a destruição de vidas e reputações e fingir que tudo isso é normal? Até quando vamos matar pessoas, disseminando nosso “ódio do bem”, nossa piada de mau gosto, a fofoca pelo entretenimento. Quantas vidas terão que ser perdidas para nos darmos conta que nos tornamos tóxicos?”, questionou.

Juliana Cunha Lima também se pronunciou sobre o caso nas redes sociais. Ela explicou que não mora com a mãe desde os 16 anos e atribuiu a própria formação e educação ao pai e à avó.

Ela diz que o que aconteceu “deveria ser motivo de orações e misericórdia, jamais de brincadeiras”. “Por muito menos, por exposições muito menores pessoas tiram suas próprias vidas todos os dias. Graças a Deus, tive forças, muito amor e muito apoio para superar esse momento. Infelizmente, outras pessoas, por menos, sofrem aborto devido uma enorme carga de estresse. O #cyberbullying já ceifou tantas vidas e ninguém está imune a isso”, publicou.

A primeira-dama explicou que, na ocasião do vazamento do vídeo, saiu das redes sociais porque algumas pessoas usaram fotos dela para fazerem publicações e postaram comentários e mensagens agressivas para ela.

Ela ainda reforçou a opinião do marido de que a família não deve ser responsabilizada pela atitude de uma pessoa: “Cada um é responsável por suas escolha (sic) e também por suas consequências, sejam elas boas ou ruins”.

Compartilhar vídeos íntimos é crime

O compartilhamento e divulgação de vídeos íntimos, envolvendo terceiros, é crime. Quem contribui com a prática, através das redes sociais, também pode responder pelo crime.

Em 2018 a lei 13.718 modificou o Código Penal e inseriu um novo crime no ordenamento jurídico:

“Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia”.

A pena pode variar de um a cinco anos de reclusão, mas as penalidades podem ser aumentadas caso o agente repasse uma imagem ou vídeo em que mantinha uma relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.

PalavraPB

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