Ecko, chefe da maior milícia do Rio de Janeiro, morre após ser baleado pela polícia

  A caçada ao criminoso mais procurado do RJ terminou na manhã deste sábado (12). Wellington da Silva Braga, o Eckochefe da maior milícia em atividade do estado, morreu após ser preso dentro de seu reduto, numa casa de parentes dentro da Comunidade das Três Pontes, em Paciência, na Zona Oeste do Rio.

A TV Globo apurou que Ecko foi baleado na investida e morreu depois que foi socorrido pelos policiais.

A visita de Ecko à casa da família foi a senha para o batismo da Operação Dia dos Namorados. As informações de inteligência, reunidas após quase seis meses de investigações, indicaram que este 12 de junho seria a data ideal para capturar o miliciano.

No fim da tarde de quinta-feira (10), o delegado Rodrigo Oliveira deu o sinal verde para colocar o plano de captura em prática.

A quadrilha de Ecko domina boa parte da Zona Oeste e algumas regiões da Baixada Fluminense e explora diversas atividades nas comunidades.

O miliciano, que nunca foi policial, transformou-se no homem mais procurado do país desde que assumiu e expandiu os negócios de seu irmão, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, morto em um confronto também com a Polícia Civil, em abril de 2017.

Inicialmente atuando nos bairros de Campo Grande, Santa Cruz, Cosmos, Inhoaíba e Paciência, na Zona Oeste, a então Liga da Justiça chegou ao seu auge em 2007, com assassinatos e controle econômico da região.

Na época, os chefes da milícia eram Ricardo Teixeira Cruz, o Batman; Toni Ângelo Souza Aguiar, o Toni Angelo; e Marcos José de Lima, o Gãotodos ex-policiais.

Com todos presos após operações em 2007 e 2008, a configuração da milícia mudou. Carlinhos Três Pontes passou a liderar o grupo. Diferente dos antecessores, ele era ex-traficante do Morro Três Pontes, em Santa Cruz, e tornou-se o chefe do grupo até ser morto.

Nessa época, Ecko assumiu a liderança da Liga da Justiça. Atualmente, o nome do grupo faz referência ao líder: Bonde do Ecko.

Ecko herdou a missão de estreitar ainda mais os laços de milicianos e traficantes, primeiro com integrantes da facção Amigos dos Amigos (ADA), depois com os do Terceiro Comando Puro (TCP).

O Disque Denúncia oferecia uma recompensa de R$ 10 mil por informações que levassem ao miliciano.

Disque Denúncia oferecia recompensa pelo miliciano Ecko — Foto: Divulgação

A investigação que desencadeou na ação deste sábado começou quando a equipe da DRCPim ainda estava na Delegacia do Consumidor (Decon). A determinação da Secretaria de Polícia Civil era asfixiar as finanças da quadrilha. Assim, as delegacias especializadas começaram a atacar os negócios clandestinos do grupo, especialmente na Zona Oeste.

Cigarros contrabandeados, água, gás, transporte alternativo e até farmácias usadas para lavagem de dinheiro foram alvos de dezenas de pequenas operações, causando um prejuízo de mais de R$ 50 milhões, de acordo com a Polícia Civil.

Somente 21 policiais participaram do cerco desta manhã de sábado. A força-tarefa, coordenada pela Subsecretaria de Planejamento Operacional, teve apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIm), da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), da Delegacia de Defesa de Serviços Delegados (DDSD), da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) e do Serviço Aeropolicial (Saer).

G1/RJ

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