Navio que naufragou no AP não tinha autorização para operar no trecho do acidente, diz Antaq

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) enviou para Macapá dois servidores para apurar as circunstâncias do naufrágio da embarcação Anna Karoline 3 no sábado (29), no Sul do Amapá. A agência abriu um processo e já identificou que a empresa proprietária do navio não tem autorização para atuar na área onde a embarcação afundou.

O sinistro aconteceu entre os municípios de Santana (AP) e Santarém (PA). Mas a empresa Erlon Rocha Transportes LTDA só tinha, segundo a Antaq, autorização para operar a linha Santarém-Manaus.

G1 não conseguiu contato com a empresa Erlon Rocha Transportes LTDA. Em nota divulgada no sábado (29), em uma rede social, o empreendimento declarou que a embarcação estava alugada para um terceiro. O G1 não localizou a pessoa citada pela empresa.

No último boletim divulgado pelo governo do Amapá, na noite de segunda-feira (2), 18 corpos foram encontrados, 12 pessoas estavam desaparecidas, e 46 pessoas foram resgatadas do local do naufrágio.
A Antaq assegurou que, quando concluir o trabalho de investigação, "tomará as medidas cabíveis conforme a legislação em vigor e emitirá uma nota".

O Anna Karoline 3 saiu por volta das 18h de sexta-feira (28) de Santana, no Amapá, em direção a Santarém, no Pará. A viagem entre as duas cidades dura, em média 36, horas. A previsão de chegada em Santarém era às 6h de domingo (1º).

Mas a viagem foi interrompida na madrugada de sábado, próximo à Ilha de Aruãs e à Reserva Extrativista Rio Cajari, no Rio Jari (veja no mapa abaixo). A região fica a 130 km de Macapá, em um local de difícil acesso e comunicação – o chamado de socorro foi feito às 5h, e o helicóptero de resgate do governo do estado só chegou ao local por volta das 14h de sábado.

O Corpo de Bombeiros afirmou que não há um número oficial de vítimas, pois a embarcação não tem uma lista de passageiros para orientar as buscas, mas o que se sabe é que estavam sendo transportadas no mínimo 60 pessoas.
 
Sobreviventes descreveram que chovia e ventava forte na hora do naufrágio. A Capitania dos Portos ainda vai investigar o que provocou o acidente.

A Polícia Civil do Amapá abriu um inquérito para apurar criminalmente o caso e busca identificar se a embarcação estava com excesso de carga. O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público (MP) estadual também se mobilizam para investigar criminalmente as circunstâncias que envolvem o naufrágio.

prefeitura de Macapá decretou situação de emergência para ajudar familiares de vítimas e sobreviventes, com envio de água mineral, medicamentos, alimentação, roupas, material de higiene pessoal, combustível, e ainda disponibilizando auxílio funeral.

Diário da Paraíba com G1 Amapá.

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