Os clubes paraibanos possuem grandes dívidas com o Estado da Paraíba. O imbróglio envolvendo a corrupção no Gol de Placa ainda tem muita lenha para queimar. Nesta quarta-feira, o blog de Suetoni Souto Maior, do Jornal da Paraíba, revelou quanto cada clube paraibano tem de pendência referente ao extinto programa de incentivo ao esporte do Governo. A dupla Botafogo-PB e Campinense lidera a lista numa investigação que durou cinco temporadas, de 2014 até 2018.
Na última segunda-feira, todo esse impasse voltou à tona com a reunião dos clubes na sede da Federação Paraibana de Futebol (FPF). Em vez de realizar o Arbitral que definiria o sistema de disputa do Campeonato Paraibano 2021, os dirigentes de sete das oito equipes da elite do futebol do estado decidiram pelo cancelamento da competição, alegando que, sem a verba pública, não vão conseguir montar equipes para a próxima temporada. Apenas o Botafogo-PB não assinou a ata.
O fato é que os clubes possuem pendências com o Estado, pois desviaram verbas públicas no extinto Gol de Placa. Buscando solucionar o impasse, os próprios dirigentes assumiram as irregularidades e propuseram um acordo de leniência para reparar os danos causados. No entanto, esse acordo jamais foi assinado. Por causa disso, eles estão impedidos de ingressar no atual programa de incentivo governamental, o Paraíba Esporte Total.
Dos oito clubes que estão na elite do futebol da Paraíba, apenas a Perilima está apta a propor um projeto e buscar recurso. Segundo a reportagem publicada por Suetoni, Botafogo-PB e Campinense possuem as maiores dívidas: R$ 3.233.410 do Belo e R$ 2.015.980 da Raposa. O terceiro lugar pertence ao CSP, de João Pessoa, que deve R$ 829.180. Na sequência, estão: Atlético de Cajazeiras, com uma dívida de R$ 780.620; Sousa, que deve R$ 766.610, e Treze, com um débito de R$ 618.370.
O caso foi revelado em janeiro de 2019, quando a Operação Cartola, que foi uma investigação feita pelo Grupo de Atuação Especial Contra a Corrupção (Gaeco), do Ministério Público, desvendou esquemas de manipulação de resultados no futebol paraibano. Durante a investigação, foram descobertas fraudes no Programa Gol de Placa, do Governo do Estado.
O esquema funcionava da seguinte forma: os dirigentes dos clubes inseriam CPFs aleatórios para justificar a troca de notas fiscais por ingressos declarados à Fazenda Estadual. O problema é que os documentos incluíam pessoas mortas e também cidadãos que jamais pisaram em solo paraibano. O fato é que os estádios ficavam quase vazios, mas os clubes declaravam públicos de até 15 mil torcedores.
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