Ceni evoca DNA rubro-negro ao falar de arrancada pautada na ofensividade: "Muito mais a cara do Flamengo"

 Rogério Ceni, técnico do Flamengo, em entrevista ao EE — Foto: GEUm Flamengo inspirado no próprio Flamengo. Essa é a definição de Rogério Ceni para mudança de rumo que fez a equipe chegar na penúltima rodada do Brasileirão precisando de uma vitória sobre o Internacional, domingo, no Maracanã, para assumir a liderança. Há 100 dias no clube, o treinador enfrentou eliminações, derrotas em casa, turbulência, e encontrou no chamado DNA rubro-negro a ofensividade que rendeu 19 pontos nos últimos 24 disputados e a chama acesa para o bicampeonato.

A lesão de Willian Arão, que fraturou o dedo do pé direito quinta-feira, deve obrigar Ceni a mudar a estrutura da equipe. Nada, no entanto, que diminua a importância da improvisação do volante como zagueiro na arrancada e a utilização de Diego e Gerson como volantes, como explicou em entrevista exclusiva que vai ao ar no Esporte Espetacular do próximo domingo:

- Dentro do que eu vejo no futebol, eu prefiro muito mais volante de armação ou até zagueiros que construam o jogo do que aqueles jogadores defensivos, de marcação. Acho que é muito mais a cara do Flamengo, a característica do Flamengo, propor jogo.

"Eu lembro do Flamengo da década de 80, que era extremamente propositivo desde aquela época. Claro que o futebol mudou muito. O Flamengo de 2019 também era assim. Quando você fala de Flamengo, a característica é de proposição de jogo"

Questionado nas primeiras partidas pelas mudanças ousadas, Rogério sabia que era necessário apostar tudo não somente para que o Flamengo seguisse com chances de título, mas também para manter seu emprego. Com quatro jogadores de criação no meio de campo, o comandante rubro-negro cita o histórico time da década de 80 para embasar suas escolhas.

- Você vai lembrar de Zico, vai lembrar de jogadores técnicos... Adílio, Andrade, Leandro veio para zaga, é construtor de jogo. O Júnior, que veio para o meio-campo. Vai lembrar de tanta gente que mostra que o Flamengo é um time de construção de jogo, um time que propõe o jogo, que tem que ter mais posse de bola, agredir mais o adversário. Através disso, construímos um time que tem as características do clube aliadas ao que tenho de pensamento de jogo.

O treinador falou também sobre o início conturbado no clube, onde encarou dois confrontos eliminatórios nas primeiras semanas e se viu pressionado. Nos duelos com São Paulo, pela Copa do Brasil, e Racing, pela Libertadores, o Flamengo de Ceni teve uma série de desfalques, entre eles, Diego Aves, Rodrigo Caio, Gabigol, Pedro e Diego Ribas.

"Eu não consigo fazer uma mudança, que é relativamente drástica, né?! No ponto de vista de sistema de jogo... Eu não lembro do Flamengo jogando, nem nos melhores momentos, com dois camisas 10 praticamente como dois homens de marcação e armação de jogo, e outros dois 10 na frente, que são Arrascaeta e Everton Ribeiro"

- Mas só o tempo permite você fazer essas alterações. Eu não posso fazer isso com 15 dias de trabalho. Tenho que analisar todos os jogadores, não tenho conhecimento na mão do elenco... Não é como no Fortaleza onde foram três anos, você começa um trabalho, mantém essa base, acrescenta jogadores. Então, foi surgindo naturalmente.

O Flamengo é o vice-líder do Brasileirão, com 68 pontos, um a menos do que o Internacional. Para ser campeão sem depender de outros resultados, o time precisa vencer o Internacional, domingo, e o São Paulo, dia 25.

Globo Esporte

 

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