DAMAS DO CRIME: Cresce participação de mulheres no comando do PCC, diz investigação

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), em parceria com as forças policiais e apoio do Poder Judiciário deflagraram, nesta terça-feira (28/07), a Operação Flashback II, no combate ao principal núcleo da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Os mandados são cumpridos em Alagoas, Pernambuco, Ceará, Bahia, Paraíba, Piauí, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Na Paraíba, a operação nacional conta com a participação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB), órgão integrante do GNCOC, e das polícias Civil e Militar, que cumprem sete mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão, nas cidades de João Pessoa, Santa Rita e Sapé.

Nas investigações da Operação Flashback II, desencadeadas pelas equipes da Deic de Alagoas, ficou observado o protagonismo das mulheres ligadas ao PCC, com notado avanço na ocupação de cargos de chefia no organograma da organização criminosa. De acordo com os levantamentos minuciosos da referida unidade da Polícia Civil de Alagoas, as mulheres têm perfil igualmente violento quanto o dos homens da facção quando definem julgamentos ocorridos nos tribunais do crime.

As que possuem funções disciplinares conduzem normalmente estes rituais, elaborando as suas “peças conclusivas”, que resultam em condenações ou absolvições. Elas aplicam as mais diversas penas, inclusive assassinando rivais ou mesmo membros transgressores do PCC. Ficou constatado pela unidade especializada  que o núcleo das Damas do Crime é composto por 18 mulheres e apenas um homem que, somados aos demais núcleos da operação, totalizam 39 mulheres alvos de mandados de prisão e busca e apreensão, que correspondem a 18% do total de alvos da operação. Vale destacar que na fase I da Operação Flashback, apenas sete mulheres foram alvo de mandado judicial, o que agora corresponde a um aumento de 557% nesta segunda etapa.

Conforme informações da Secretaria de Segurança de Alagoas, simultaneamente, a Polícia Federal (PF/AL), através da sua Delegacia de Repressão a Entorpecentes também deflagrou operação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação que culminou na Operação Flashback II foi instaurada no Gaeco/AL, a partir de relatório produzido pela Assessoria Integrada de Inteligência, da SSP/AL, que prestou a análise de inteligência em segurança pública da investigação, em conjunto com a Polícia Civil do Estado de Pernambuco, por meio da sua Diretoria de Inteligência (Ditel).

Na totalidade, as forças integradas cumprem 212 mandados de busca e apreensão, e de prisão, distribuídos em 71 municípios, localizados em quatro regiões brasileiras. O propósito é de desarticular a nova composição da facção que tem base no Mato Grosso do Sul, de onde saem as ordens de justiçamento para todo Brasil.

A região Nordeste é a que concentra o maior número de ações da operação, contabilizando oito estados e 179 mandados judiciais expedidos. Alagoas e Ceará ficam em evidência entre os estados. 

As ações em Alagoas ocorrem em Maceió, que concentra o maior número de alvos, ao todo 80, e outros 11 municípios, totalizando 101 cumprimentos de mandados judiciais pelos agentes públicos.

A Polícia Federal em Alagoas sincronizou suas investigações com os demais órgãos envolvidos, já que alguns dos alvos eram investigados paralelamente. Desta forma, os policiais federais deflagraram a operação NJORD, com o objetivo de dar cumprimento a 39 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em Maceió, São Paulo e em cidades do Mato Grosso do Sul e Paraná, visando desarticular um ramo do PCC que remetia drogas a Alagoas.

Coletiva na Paraíba

Para garantir o cumprimento de todos os mandados de prisão e demais trâmites cartorários,  aproximadamente 1000 policiais federais, civis e militares de todos os estados onde a facção foi pontuada, foram envolvidos. Na Paraíba, deve acontecer entrevista coletiva à imprensa, às 10h, no Comando do Policiamento da Região Metropolitana (CPRM), em Cruz das Armas, na Capital (local sujeito à confirmação). 

MPPB com informações da SSP/Alagoas

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