Boqueirão recebe recarga de água e está há 12m de sangrar

Um oásis em pleno Cariri paraibano. O cenário que já se vê hoje no açude Epitácio Pessoa em Boqueirão, é bem diferente do observado há dois anos. O Boqueirão saiu da margem de volume morto, onde media 2,9% e por conta das chuvas intensas dos últimos dias que encerram os rios Taperoá e Paraíba, tem aumentado rapidamente seu volume.

O açude responsável pelo abastecimento de Campina Grande e mais 18 municípios do Compartimento da Borborema, ultrapassou os 104 milhões de mil m³, o que representa 22,4% de sua capacidade total de armazenanto. Para atingir a marca de sangria o açude ainda precisa aumentar mais de 12 metros.

As chuvas ocorridas nos últimos dias favoreceram o aporte, então, à medida que o açude vai pegando um volume maior, existe o aumento do espelho d’água, que vai se espalhando. Por conta da cheia dos dois rios, o açude vai preenchendo seu espaço e a perspectiva é que, se as chuvas continuarem nos meses de março e abril, haja a sangria ainda este ano. Para atingir a capacidade máxima, o açude precisa ultrapassar os 12m e 60 cm que faltam, o equivalente e um prédio de cinco andares.

Construído há 63 anos pelo Departamento Nacional de Obras Contra Seca (Dnocs), com capacidade para armazenar 411,686 milhões de metros cúbicos de água, o Epitácio Pessoa se transformou na principal fonte de abastecimento de Campina Grande e hoje abastece mais de 1 milhão de paraibanos.

Segundo o especialista e recursos hídricos, Isnaldo Cândido, que durante 20 anos monitorou o açude como gerente de bacias hidrográficas da Aesa, o açude de Boqueirão divide momentos de sangrias maravilhosas, mas também de secas terríveis.  Há dois anos, o manancial viveu a pior seca de sua história, há dois anos. O nível de água atingiu os 4,8% da capacidade total e o açude chegou na sua reserva técnica, o que provocou um racionamento sem precedentes na história de Campina Grande.

Com a chegada das chuvas, e das águas advindas da transposição do Rio São Francisco, o açude recuperou parte de sua recarga e aliviou a vida dos paraibanos que dependem do manancial.

Desde a inauguração, em 1957, Boqueirão sangrou 18 vezes, nos anos de 1967, 1968, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 198, 1984, 1985, 1986 1989. Depois ele passou 15 anos sem sangrar. Na última vez que o açude sangrou em 2011, a população fez festa para comemorar o espetáculo proporcionado pela natureza. Quando o açude de Boqueirão sangrou pela última vez, , ele teve a melhor fase de sua história. Segundo os dados da Aesa, ele passou 202 dias transbordando água ininterruptamente.

Diário da Paraíba com Severino Lopes

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